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Mostrando postagens de 2007

projeto, processo e criação

Anotações pessoais da aula de Estética Urbana (14/11/2007) PPGAU-UFBA Seminário com a Professora convidada Helena Katz, PUC-SP * Temas propostos para o agenciamento: Projeto, processo e criação 1. Projeto, processo e criação: são entendimentos que vão dar em processos epistemológicos hegemônicos. Para alargar isso, existe a necessidade de se praticar outras semânticas. Boaventura Santos fala da Epistemologia do Sul [1] como uma epistemologia que abriga as emergências e as invisibilidades, onde as situações diferenciadas emergem. As hegemonias, o discurso científico, não dão visibilidade e quase sempre mantém na invisibilidade outras racionalidades. 2. A vinculação temporal entre o Projeto, Processo e Criação necessita ser dilatado. Na vida acadêmica o projeto antecede temporalmente a criação. É preciso repensar essa relação, criar outro vínculo, outra maneira que não esse cinturão positivista. 3. A criação partindo do “sempre novo” (Foucault): criação como processo per

tokyo policentrico

[mapa das estações de metrô de Tokyo. fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/0d/Tokyo_subway_map_black.PNG ] [outro mapa do labirinto subterrâneo das linhas de metrô de Tokyo. fonte: http://web.yl.is.s.u-tokyo.ac.jp/jp/map.gif ] [Shibuya,"maior cruzamento do mundo" (nã sei se é verdade, li isso em um outro blog). Tokyo-Japão. fonte: http://shinjiworld.blogs.sapo.pt/tag/akihabara ] . Coisas que aprendi hoje sobre Tokyo: - Uma metrópole policentrica interligada por uma eficiente e sólida malha ferroviária. - Que o complexo sistema ferroviário composto por labirintos subterrêneos e de superfiície nada tem de caótico. São sim sistemas complexos de uma rede ferroviária que tem como contraste a brutalidade da cena urbana. - As empresas donas das linhas ferroviárias estão transformando suas estações em lojas de departamentos. Em Tokyo as estações de metrôs não são "monumentos", estão no interior de centros comerciais. - Em Tokyo só se pode comprar um c

contagie-me!

[Mafalda! Amo mesmo!

pra que estamos nesse mundo??

[Mafalda! amo]

sobre a multiterritorialidade

Fragmentos sobre a multiterritorialidade do livro "O mito da desterritorialização", de Rogério Haesbaert. . “[...] Muito do que os autores denominam desterritorialização, é na verdade, a intensificação da territorialização no sentido de uma ‘multiterritorialidade’, um processo concomitante de destruição e construção de territórios mesclando diferentes modalidades territoriais [...].” . “[...] O argumento da desterritorialização e o projeto neoliberal caminham juntos, um a serviço do outro” . “[...] A possibilidade de usufruir de uma maior mobilidade é um fato, mas que a mobilidade é também um instrumento de poder extremamente diferenciado e que não pode ser sobrevalorizada, pois sabemos não só da enorme desigualdade no acesso a diferentes velocidades e tipos de deslocamentos, como também de como deslocamento rápido de uns afeta o tipo de deslocamento (o acesso a recursos) de outros.” . “O imobilismo (e a exclusão) social pode (...) ser gerado tanto pela mobilidade (fí

público e privado

Fragmentos de Hannah Arendt sobre a questão da esfera pública, esfera privada e o comum.... O que sobra afinal para a esfera pública que não os interesses privados? . . “O que chamamos anteriormente de ascensão do social coincidiu historicamente com a transformação da preocupação individual com a propriedade privada em preocupação pública . (...)” “ A ‘ comunidade’ ,(...) existia em grande parte em benefício da riqueza comum” (HINTON, 1956). . “A riqueza comum, portanto, jamais pode tornar-se comum no sentido que atribuímos ao mundo comum; permaneceu –ou, antes, destinava-se a permanecer –estritamente privada. Comum era somente o governo, nomeado para proteger uns dos outros os proprietários privados na luta competitiva por mais riqueza. A contradição óbvia deste moderno concito de governo, onde a única coisa que as pessoas têm em comum são os seus interesses privados, já não deve nos incomodar como ainda incomodava Marx, pois sabemos que a contradição entre o privado e o público, típi

epistemologia do sul

Ando querendo ler alguma coisa mais sobre isso: epistemologia do sul, conceito desenvolvido pelo sociólogo potuguês Boaventura de Souza Santos, no livro "A gramática do tempo". . [capa do livro] "Este volume trata da reconstrução da tensão entre regulação social e emancipação social como condição para voltar a pensar e querer a transformação social emancipatória. Com base no que é designado por 'epistemologia do Sul', propõe-se um pensamento alternativo . Ante o colapso do contrato social da modernidade ocidental capitalista e colonial e a proliferação de fascismos sociais, é necessário reinventar a democracia , a cultura política e o próprio Estado. Em alternativa à democracia de baixa intensidade que hoje domina são propostas formas de democracia de alta intensidade por meio das quais é possível expandir os espaços públicos, tanto estatais como não-estatais. As análises neste volume centram-se em articulações entre os espaços-tempo local, nacional e global.&quo

instant city

Gosto muito. Peter Cook (Archigram) ["Instant City in a Field Long Elevation 1/200º", 1969] [Instant City] [Instant City, Event] Peter Cook (Archigram) ["Instant City visits Bornemouth" 1968] Mais coisa em: http://www.lemonde.fr/web/portfolio/0,12-0@2-3246,31-670706@51-671965,0.html

sim, eu sou arquiteta e gosto!

Eu gosto de arquiteura embora ultimamente goste mais de discutir a cidade e o sentido de tudo isso também... Resolvi postar algumas coisas que gosto, que acho interessante, que têm alguma coisa a mais. Ando apaixonada pela década de 60. Vou postar alguns projetos. Esse primeiro de Yona Friedman: a "Ville Spatiale" (1959-1960) No site do Le Monde tem um áudio do Friedman explicando o projeto da cidade espacial, em francês, claro. Mas vale a pena conferir: http://www.lemonde.fr/web/portfolio/0,12-0@2-3246,31-670994@51-671965,0.html

verticalidades e horizontalidades

Mais um pouco de Milton Santos . . “(...) Encontramos no território, hoje novos recortes, além da velha categoria região; e isso é um resultado da nova construção do espaço e do novo funcionamento do território, através daquilo que estou chamando de horizontalidades e verticalidades. As horizontalidades serão os domínios da contigüidade , daqueles lugares vizinhos reunidos por uma continuidade territorial, enquanto verticalidades seriam formadas por pontos distantes uns dos outros, ligados por todas as formas e processos sociais.” (pp. 256) “A tendência atual é que os lugares se unam verticalmente e tudo é feito para isso, em toda parte. Créditos internacionais são postos a disposição dos países mais pobres para permitir que as redes se estabeleçam ao serviço do grande capital. Mas os lugares também se podem unir horizontalmente, reconstruindo aquela base de vida comum susceptível de criar normas locais, normas regionais.” (pp. 260) Para Santos, a construção de novas horizontalidades

individualidade e singularidade

Mais um pouco de Negri . " Individualidade significa algo que está inserido em uma realidade substancial, algo que tem uma alma, uma consistência, por assim dizer, por separação em relação à totalidade, em relação ao conjunto. É algo que tem uma potência centrípeta. O conceito de indivíduo é de fato um conceito que é colocado a partir da transcendência. A relação não é entre eu, você e ele. É a relação do indivíduo com uma realidade transcendente, absoluta, que dá a essa pessoa uma indiviualidade, uma consistência de uma entidade irredutível. A multidão não é assim. Nós vivemos uns com os outros. A multidão é o reconhecimento do outro. A singularidade é o homem que vive na relação com o outro, que se define na relação com o outro . Sem o outro não existe o si mesmo." [Antonio Negri, palestra sobre Império, Multidão e a Constituição do Comum. http://revistaglobal.wordpress.com/2006/12/10/antonio-negri-a-constituicao-do-comum/ ]

sobre a multidão

Alguma coisinha de Negri e Hardt sobre a multidão... “ (...) reconheço a multidão como uma nova realidade social , em torno de uma nova configuração do trabalho e de novas formas de sua organização.” [NEGRI, Toni. 'É preciso retomar o contato com as bases'. Entreviste de Negri à Retz, por Maria Eduarda Mattar, com a colaboração de Paulo Lima e Joana Moscatelli. Disponível no site: < http://www.wooz.org.br/entrevistarits5.htm > Acessado em 28 de outubro de 2007.] . . “(...) a multidão não é um sujeito que já existe. Ela não é o todo dos trabalhadores conforme já o são atualmente. Em nossa visão, a multidão é um projeto político por si só. Ou seja, poderemos nos tornar a multidão se conseguirmos encontrar um modo de organização que permita que isso ocorra.” [HARDT, Michael. “A rede concreta”. Entrevista com Michael Hardt, Por Márcio Senne de Moraes, 2004. Disponível no site < http://www.midiaindependente.org/eo/blue/2004/08/288012.shtml > Acessado em 28 de outubro de

Sobre os praticantes ordinários da cidade [CERTEAU]

"Mas 'embaixo' (down), a partir dos limiares onde cessa a visibilidade, vivem os praticantes ordinários da cidade . Forma elementar dessa experiência, eles são caminhantes, pedestres, Wandersmänner, cujo corpo obedece os cheios e vazios de um 'texto' urbano que escrevem sem poder lê-lo. Esses praticantes jogam com espaços que não se vêem; têm dele um conhecimento tão cego como no corpo-a-corpo amoroso. Os caminhos que se respondem nesse entrelaçamento, poesias ignoradas de que cada corpo é um elemento assinado por muitos outros, escapam à legibilidade . Tudo se passa como se uma espécie de cegueira caracterizasse as práticas organizadoras da cidade habitada. As redes dessas escrituras avançando e entrecruzando-se compõem uma história múltipla, sem autor nem espectador, formada em fragmentos de trajetórias e em alterações de espaços: com relação às representações, ela permanece cotidianamente, indefinidamente, outra. Escapando às totalizações imaginárias do olhar, e

Para começar... Milton Santos

Começar com Milton Santos por que o título do blog é dele: "transindividualidade" Gostei muito dessa discussão sobre o cotidiano , a corporeidade , e a transindividualidade , e vou deixar um trecho do artigo aqui, mas pode ser acessado por aqui . . . . . . "O cotidiano - Gostaria de sugerir, para começar esta discussão do cotidiano que, por gentileza, os senhores admitissem comigo que há possibilidade de trabalhar três dimensões do homem: a dimensão da corporeidade, a dimensão da individualidade e a dimensão da socialidade. A corporeidade ou corporalidade trata da realidade do corpo do homem; realidade que avulta e se impõe, mais do que antes, com a globalização. A outra dimensão é a dimensão da individualidade. Enquanto a corporalidade ou corporeidade é uma dimensão objetiva que dá conta da forma com que eu me apresento e me vejo, que dá conta também das minhas virtualidades de educação, de riqueza, da minha capacidade de mobilidade, da minha localidade, da minha luga